sexta-feira, 17 de agosto de 2012

CPI poderia fazer história

     A cada nova revelação do envolvimento da Delta Construtura com esquemas de corrupção e favorecimento de políticos, ficam mais evidentes - para mim - os motivos para tanta moderação na CPI que investiga o relacionamento do contraventor Carlinhos Cachoeira com os diversos níveis de poder.
     Hoje, O Globo destaca uma prova incontestável da contribuição da empreiteira com candidaturas, através do repasse de verbas. Não são conjecturas, são fatos. E, pelo histórico das relações entre a Delta e os governos Federal (através de obras do tal PAC) e Estadual do Rio de Janeiro, principalmente.
     O empresário Fernando Cavendish, antigo presidente da construtura, precavendo-se, solicitou o direito de ficar calado, quando for testemunhar. Segue o roteiro dos demais envolvidos, mas sem a pressão que seria de se esperar. Essa tolerância me autoriza, em tese, a imaginar que só ocorre porque a maior parte dos integrantes da CPI (da base do Governo) não está interessada em aprofundar questões. Não há outra explicação.
     A CPI do Cachoeira tem a possibilidade de mergulhar profundamente nesse processo de financiamento ilegal de campanhas políticas que tanto mal tem feito ao país. Poderia ser o começo de uma limpeza profunda, atingindo quem atingisse, independentemente do matiz ideológico, do partido, do nome.
     Ao refrear a busca pela verdade e não insistir em não aprofundar a investigação sobre o esquema que mistura contravenção, empreiteiras e políticos em geral, nossos representantes estão abrindo mão de ajudar a passar o país a limpo.

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