quinta-feira, 30 de agosto de 2012

O Mensalão foi a pique


     O voto do presidente do Supremo Tribunal Federal, Ayres Britto, proferido ontem, deve ter afogado de vez as esperanças do PT de sobreviver ao maior escândalo da nossa história recente. Além de concordar integralmente com o ministro Joaquim Barbosa, relator do processo desse deplorável episódio do Mensalão do Governo Lula, Britto ressaltou o trabalho do Ministério Público, que teria - segundo ele – conseguido provar todos os delitos, em síntese, o tal “assalto aos cofres públicos”, protagonizado pela quadrilha chefiada pelo ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.
     Não houve meio termo. O inatacável e independente presidente do STF corroborou todas as acusações, vislumbrou a associação para cometimento de crimes, o desvio de recursos públicos, a mais asquerosa corrupção. Tudo o que vem sendo negado pelo PT e pela companheirada, incluídos aí os donos dos teclados de aluguel, defensores perpétuos dos atos indignos cometidos ao longo desses nove anos e meio de desgoverno moral. Não há mais espaço para negações, bravatas, vigarices retóricas.
     O resultado da votação dessa primeira fatia do julgamento (crimes do ‘pacote publicitário’) foi emblemático. A maioria absolutíssima dos ministros da nossa mais alta Corte de Justiça repudiou a indignidade. Pelo que se deduz, será muito difícil que essa primeira turma escape da cadeia. Na melhor das hipóteses, todos deverão ser obrigados a dormir em suas celas. É um alento para o Brasil.
     A lamentar, a vergonhosa atuação dos ministros Ricardo Lewandowski (uma inacreditável ‘indicação pessoal’ da ex-primeira-dama, Dona Marisa Letícia) e Antônio Dias Toffoli, da cota pessoal de José Dirceu, a quem serviu com fidelidade canina ao longo de muitos anos. A cada voto condenatório, mais os dois se apequenavam. Lewandowski ainda teve alguns esgares. Toffoli,o ex-advogado do PT, desapareceu, sufocado pelo indisfarçável desprezo jurídico da maioria de seus pares.

Nenhum comentário:

Postar um comentário