quinta-feira, 2 de agosto de 2012

De olho no Cachoeira

     A cada enxadada séria, consistente, na investigação sobre o envolvimento do contraventor Carlinhos Cachoeira com políticos em geral e governantes em especial, surgem enormes indícios de que há muito, ainda, a cavar nesse terreno minado pela corrupção e troca (na verdade, venda) de favores. Os mais mais recentes - certamente ainda estamos longe do fim - revelam que um auxiliar diretíssimo do ex-governador de Goiás, Iris Resende, do PMDB, recebeu R$ 2 milhões. Por 'coincidência', o sujeito era o coordenador da campanha de Iris ao governo, em 2010.
     De acordo com as investigações da Polícia Federal, o dinheiro, antes de desembarcar com ares de limpeza em contas amigas, por aqui, dava algumas voltas no exterior. Algo semelhante ao que aconteceu durante o escândalo do Mensalão, que começou a ser julgado hoje. Um dos réus, o publicitário de Lula, Duda Mendonça, recebeu sua bolada em dólares em uma conta em um desses paraísos fiscais.
     No caso de Cachoeira e a turma dos poderes federal, estadual e municipal, o direito já saía
 'aquecido' (pelo menos, morno) das contas de algumas empresas, responsáveis por repassar o que havia sido surrupiado dos cofres públicos, através de contratos ficitícios, aditamentos e atualização de preços.
     É verdade que o julgamento que começou hoje no STJ deixou as investigações dessa roubalheira meio de lado. Os preclaros deputados que dominam a CPI (todos da 'base governamental') já não estavam muito confortáveis com o o andamento dos trabalhos e das investigações, que incriminaram definitivamente o cassado ex-senador Demóstenes Torres e o ainda governador Marconi Perillo (PSDB-GO) e apontam inexoravelmente para as bandas palacianas.
     Para essa gente, a combinação de Olimpíada e julgamento tem sido favorável, pois desvia as atenções e possibilita a preparação de argumentos, o encobrimento de desvios de conduta, conchavos com testemunhas de acusação. A turma não contava com a determinação da Polícia Federal de continuar esquentando o caso, até para reforçar sua campanha por melhores salários.

Nenhum comentário:

Postar um comentário