segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Ministra cala defensores do deputado

     O ministro de confiança do PT, José Antonio Dias Toffoli (um magistrado supremo que sequer foi juiz) cumpriu sua tarefa, como bom obreiro que sempre foi. Livrou o companheiro deputado e amigo João Paulo Cunha e condenou os demais quadrilheiros, em constrangedora parceria com o revisor Ricardo Lewandowski (chegaram a trocar - ou ameaçaram trocar - uma papelada comum), sintomaticamente sentado ao lado do revisor. Em compensação.
     Foi um enorme prazer ouvir o voto da ministra Carmem Lúcia, o último do dia, destruindo os argumentos da defesa e os votos de Lewandowski e Toffoli. Sóbria, elegante, usando linguagem compreensível por todos, restabeleceu a dignidade do julgamento, sem dar margens a que alguém retrucasse: 4 a 2 pela condenação do primeiro bloco de quadrilheiros (os demais votos a favor da condenação foram proferidos pelos ministros Rosa Weber e Luiz Fux, além de Joaquim Barbosa).
     Como se fosse possível - e a ministra deixou isso bem claro - inocentar o ex-presidente da Câmara e atual candidato a prefeito de Osasco e condenar os demais em crimes absolutamente correlatos, que envolveram dinheiro público. São elos de uma mesma corrente desprezível, que se supunha acima da Lei.
     Ainda faltam cinco votos, é verdade. Mas tudo leva a crer que o primeiro personagem de destaque do bando petista vai ser condenado, sim. As intervenções de Gilmar Mendes e do próprio presidente da Corte, Ayres Brito (decisivo, num eventual empate), apontam para o cadafalso. Um cadafalso que, por lógica, deverá engolir, mais tarde, José Dirceu e José Genoíno, entre outros.
     E não podemos esquecer que Marcos Valério - uma unanimidade!!! - ainda não se decidiu a contar o que sabe, como andou anunciando. Sem falar no ex-dirigente do banco do Brasil, Henrique Pizzolato, outra figurinha carimbada em todas as condenações. A proximidade da cadeia tem tudo para provocar uma tormenta ainda maior.

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