quarta-feira, 8 de agosto de 2012

As mentiras sobre a gasolina

     Acho que está na hora de a turma de O Globo que trata de temas como o preço da nossa gasolina - apontado como uma das desculpas pelo fracasso da gestão petista na Petrobras - dar uma olhada no próprio arquivo. A matéria de hoje, que dá suporte à versão mentirosa que vem sendo enfiada pela goela do consumidor, não se sustenta. Nossa gasolina, ao contrário do que afirma o texto e argumentam os gestores da estatal, custa mais caro - muito mais!!! - do que na maior parte do mundo.
     Para ser mais exato, recorro ao próprio O Globo. Reportagem do fevereiro deste ano, com base em pesquisa feita por uma consultoria americana, mostra que estamos no topo do ranking: ostentamos a invejável posição de 13ª gasolina mais cara do planeta. É isso mesmo. Se há 'defasagem', é contra nós, consumidores brasileiros, que pagamos mais do que nossos vizinhos argentinos, paraguaios, venezuelanos e ainda mais - muito mais, cerca de 70% a mais !!! - do que aquela gente que mora em Nova Iorque. Só ficamos abaixo, praticamente, das nações desenvolvidas, como a Noruega, cujo poder aquisitivo é incomparável.
     Essa conversa fiada de aumentar o preço cobrado nos postos, para reduzir a distorção, é pura balela, mais uma mentira para justificar os efeitos das recentes e escandalosas administrações da Petrobras, usada como instrumento eleitoreiro.
     Se o combustível é repassado às distribuidoras por um preço subsidiado, que se cobre mais delas, distribuidoras, desde que o aumento não seja repassado. A questão não é o preço final, mas tudo o mais que engorda esse preço, destaque para a escorchante carga tributária e para a ganância das distribuidoras, o 'filé' do setor. E mais: se somos obrigados a importar cada vez mais, a culpa é exclusiva do Governo, que não investiu na infraestrutura que atendesse à nossa capacidade de produção de petróleo.
     Nos últimos nove anos e meio, a Petrobras limitou-se a aproveitar o que fora plantado nos anos anteriores, embora a propaganda oficial inundasse o país com mensagens mentirosas e dúbias sobre nossa independência em combustíveis. Houve, na verdade - e isso é inegável -, um enorme avanço nos gastos com publicidade direta e - digamos - 'indireta', através da compra de espaços e vozes. Sem falar na ocupação companheira de todos os setores, assessorias e quetais.
    

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