sexta-feira, 1 de junho de 2012

Lula e Ratinho, tudo a ver

     O ex-presidente Lula, nos conta O Globo, fez sucesso, ontem, no Programa do Ratinho, do SBT, ao qual compareceu levando a tiracolo seu candidato à prefeitura de São Paulo, o ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, aquele que se notabilizou por desmoralizar o Enem e ter tentado fazer o mesmo com a língua portuguesa. Não assisti ao programa, é claro. Meu estômago reage muito mal a certas aparições. Não conseguiria sair incólume de um encontro que reuniu, pelo menos, dois expoentes do que há de mais medíocre e vulgar no pobre Brasil de hoje.
     Fiquei sabendo, pelo jornal, que o ex-presidente não quis falar sobre a acusação de ter tentado chantagear ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, em especial, para influir no julgamento do Mensalão do seu governo, o maior assalto institucional aos cofres públicos.   
     Argumentou que já falara através da nota oficial e arrematou com uma frase que vem caracterizando o comportamento indigno dos políticos em geral, não apenas o seu: "Eu acho que o tempo se encarrega". Não tenho a menor dúvida. O tempo e a enorme falta de informação da nossa população vêm sendo usados sistematicamente para livrar do castigo merecido os mais destacados representantes dessa infeliz Era Lula.
     Ao defender seu candidato, que patina em ridículos 3% das intenções de voto, o ex-presidente afirmou que ele representa o "novo". Certamente. O "novo" projeto que avançou como como um trator sobre a já questionada qualidade do ensino, atrelada à demagogia ideológica que emperra quase todos os setores da vida cultural brasileira.
     Lula falou, ainda, sobre a derrubada no projeto de candidatura à Prefeitura, alimentado pela senadora Marta Suplicy - "era o momento de apresentar uma coisa nova " -; sobre o tratamento ao qual se submete, para vencer um câncer na laringe; e elogiou a atuação da presidente Dilma Rousseff, com aquela linguagem que caracteriza seus discursos: "Trabalha como uma alucinada. Tem gente que não gostava e dizia: O Lula escolheu um poste para sucedê-lo".
     No fim, deixou um misto de ameaça e revelação no ar: será candidato em 2014, se a presidente Dilma não quiser concorrer à reeleição. Talvez por isso - para desestruturar o atual governo e voltar ao Poder, 'nos braços do povo' -, Lula esteja se superando em estultícias.

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