terça-feira, 12 de junho de 2012

Contem-nos tudo, governadores

     Se perguntado, não teria a menor dúvida. Diria ao ainda governador goiano, Marconi Perillo, do PSDB, que - ao contrário do que ele pregou hoje em depoimento à CPI do Cachoeira - gostaria, muito, de saber tudo o que ele andou falando ao telefone nos últimos anos, especialmente com contraventores, empresários e outros políticos. Iria além. Lembraria que, se ele não teme, que abra mão desse sigilo, com o compromisso - é claro - de eventuais conversas de cunho estritamente pessoal serem preservadas.
     As demais, como deputado, senador e governador - como ele mesmo destacou - deveriam ser públicas, sim. Ao se definirem pela política, todos devem ter em conta que suas palavras e atos podem, sim, passar pelo crivo da sociedade. É o único preço que parlamentares e governantes pagam: a perda da privacidade absoluta.
     Marconi Perillo deve isso aos que confiaram nele diretamente - através do voto - e à consciência nacional, tão pisoteada especialmente nesses nove anos e meio dessa nefasta 'Era Lula', marcada pela institucionalização dos escândalos, dos assaltos aos cofres públicos, das ignomínias em nome de uma 'causa'.
     Nós temos o direito de fiscalizar os atos de entes públicos, independentemente do matiz ideológico. Assim como quero saber tudo sobre Perillo, não abro mão de conhecer a fundo todos as pilantragens que envolvem o também ainda governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, do PT, a cada dia mais atolado em um lamaçal do qual não deve conseguir sair. Contra Agnelo pesam, também, acusações anteriores à sua gestão à frente do DF, quando era ministro dos Esportes e começava a ser soterrado sob uma pilha de denúncias que, por fim, atingiram seu sucessor, Orlando Dias, demitido a bem da dignidade.
     Gostaria, enormemente, de conhecer, também, os detalhes das relações entre o governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ), o dono da banida Delta Construtora (a ex-filha pródiga do PAC), Fernando Cavendish, e o esquema do contraventor Carlinhos Cachoeira, cada vez mais entrelaçados e indissociáveis. Infelizmente, Cabral deve passar ao largo das investigações da CPI, graças à interferência direta de seu guru e mestre em diversionismo, o ex-presidente Lula.
     Do ainda senador Demóstenes Torres (DEM-GO) já ficamos sabendo o suficiente para torcermos por sua condenação. Esse já não tem escapatória.

     PS: Para não deixar passar sem um  comentário. O PT mostrou mais uma vez sua vocação para o assalto aos cofres públicos, desta vez no Ceará, onde o partido foi beneficiado com verbas oficiais, através de conchavos, acertos salafrários e financiamentos deletérios, todos com a sua cara, a cara da mentira, da empulhação. A cara que é a marca registrada da história relativamente recente de uma agremiação que se propunha a ser digna e que nada mais é do que uma entidade criminosa.

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