segunda-feira, 25 de junho de 2012

Uma nova guerra ao Paraguai

     Depois da Suprema Corte do Paraguai, chegou a vez de o Tribunal Superior de Justiça Eleitoral dar sustentação legal à posse de Federico Franco, o vice que substituiu o cassado Fernando Lugo. Os juízes eleitorais afirmaram que não há a menor chance de antecipação das eleições previstas para acontecerem em abril do ano que vem. Até lá, segundo decisão do Congresso e das mais altas cortes de justiça, o presidente será Franco, e ponto final.     Exceto - e essa ressalva é minha - se o país for novamente invadido e arrasado, como na Guerra do Paraguai, que durou de 1864 a 1870 e terminou com a vitória dos países que compunham a Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai). O massacre, na época, reduziu drasticamente a população masculina do país. Hoje, com o distanciamento histórico proporcionado pelo tempo, muitos autores avaliam criticamente o conflito.
     Um novo ataque físico, hoje, seria impensável, é claro. Mas há opções que podem se mostrar tão danosas, como as pressões econômicas que podem sufocar o país e produzir o caos que possibilitaria nova mudança de governo. Aí, sim, seria um golpe, de fora para dentro, desrespeitando o direito à autodeterminação das nações. Já imaginaram se a França, por exemplo, resolvesse tomas as dores do ex-presidente Ferando Collor de Melo, quando da sua cassação? Seria inadmissível, por óbvio.
     O ex-bispo chutado do altar governamental, pelo que se deprende das suas últimas iniciativas, aposta nisso, no confronto, no caos. Por trás de sua tardia reação ao impeachment - ele mostrou-se resignado, no dia -, surge claramente a sombra de uma nova aliança, mais ampla e certamente mais deletéria. Além dos vizinhos diretos, o Paraguai enfrenta a ira desse deplorável aprendiz de ditador venezuelano, um estuprador não de devotas moçoilas, mas de leis e da liberdade.
     Não há um setor sequer da vida paraguaia que tenha restrições à forma como se deu a mudança do comando político. Excetuando os 'carpeiros', força quase paramilitar que se espelha nas Farcs e no MST, a população apoiou a mudança. Lugo, usando a democracia que ele afirma ter sido atingida e o apoio de dirigentes demagógicos, vem tentando subverter a decisão. Torce para ser preso ou - quem sabe? - crucificado. Talvez fosse a desculpa para uma intervenção mais direta no país.

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