Vem aí mais um pacote de medidas destinadas a exorcizar o fantasma de uma crise mais profunda na nossa economia. Deve ser anunciado amanhã, pela presidente Dilma Rousseff, com a pompa que costuma cercar essas solenidades basicamente midiáticas. Mais um. Pois é assim que nosso país vem sendo governado: à base de solavancos, tomadas de decisão a cada esquina, mudanças de rumo repentinas e os consequentes atropelamentos, como o buraco em que está sendo metida a Petrobras.
Não há - e a profusão de pacotes (embrulhos, na verdade) comprova - um projeto real de governo. O Brasil, graças à pujança da China nos últimos anos, optou pela mediocridade, apostando tudo nas exportações de commodities, minério de ferro em especial. Enquanto o crescimento chinês de dois dígitos deu conta da oferta, pudemos posar de novos ricos e dar conselhos aos europeus.
Com a retração das atividadees em todo o mundo, a crise desembarcou por aqui e nos pegou - como já antecipava - absolutamente desprotegidos. Nos útlimos dez anos, nada foi feito em termos de reformas. Como aquele personagem de anedota, nos lambuzamos no melado, sem pensar no futuro. Não fosse a lei de responsabilidade fiscal, estaríamos em situação ainda mais grave.
Sem projetos, resta ao governo embrulhar soluções emergenciais a cada prenúncio de redução no PIB (já se fala em um ridículo crescimento de 1,8%, contra inflação de 4,5%, no mínimo) e atirar no mercado, torcendo para que Deus continue a ser brasileiro. E toca de reduzir o IPI aqui, estimular o endividamente ali e vamos em frente, que esse ano tem eleição.
A bolha do financiamento já é mais do que uma simples hipótese. A taxa de endividamento e inadimplência da população bate recordes. Alguém vai ser obrigado a pagar essa conta, que não tem a menor chance de fechar.
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