quarta-feira, 27 de junho de 2012

Paraguai resiste e vai vencendo

     Um dos quatro senadores que votaram contra o impeachment do ex-presidente paraguaio Fernando Lugo, Carlos Filizzola, acha que a balança ainda pode pender para seu líder (era o ministro do Interior). Anunciou que o ex-bispo vai recorrer do afastamento compulsório à Corte Interamerica de Direitos Humanos (um desses organismos que não têm a menor importância), segundo nos informa Veja.
     Filizzola quer "restaurar a ordem democrática", algo que só ele e os três patetas bolivarianos mais radicais (o venezuelano Hugo Chavez, a argentina Cristina Kirchner e boliviano Evo Morales) acreditam, mesmo, que foi rompida. Nossa presidente, Dilma Rousseff, não pensa nada, como sempre. Ainda está esperando para ver o que o ex-presidente Lula imagina sobre o tema. Por enquanto - felizmente -, limitou-se a condenações vagas, a reboque dos demais.
     Para começar, o leal parceiro do garanhão paraguaio deveria respeitar a decisão de seus 39 companheiros de Senado, que não tiveram dúvida em escantear o presidente, em uma votação histórica - aberta e livre - que deveria servir de exemplo para vários países, entre eles o Brasil, cujos políticos ainda se escondem no anominato.
     O respeito à democracia paraguaia, ao que tudo indica, já está assegurado. Excetuando os já citados líderes bananeiros, os demais começaram a reduzir o jogo de cena. Chile e Peru já estão falando em preservar a população, uma desculpa para tocar o barco para a frente. Os Estados Unidos, passado o momento de estupor e medo de serem acusados por algo que sequer cogitavam (resquício de um sentimento de culpa atávico), já estão mudando o tom.
     O Brasil sabe que deve tratar seu vizinho com o respeito que merece um enorme e insubstituível fornecedor de energia (vende 90% dos excedentes da produção de Itaipu, algo perto de 20% das nossas necessidades). Afinal, já vai longe - ainda bem!!! - a época em que podíamos arrasar um país fronteiriço sem maiores consequências.
     Lugo, que passou de pinto a galo de um dia para outro (apostando nos parceiros de fé, irmãos camaradas), e Filizzola deveriam pesar bem o que pretendem fazer. E, aproveitando a oportunidade que a democracia paraguaia lhes oferece, participarem do processo eleitoral marcado para ano que vem.
     O resto é chavismo.
     PS: A 'barra' está tão pesada para o priápico ex-bispo que até Élio Gaspari desancou com a tentativa de contragolpe, hoje, em O Globo.

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