sábado, 23 de junho de 2012

Se eles dizem sim, eu digo não

     Se não houvesse, sequer, um motivo a mais para eu respeitar o direito de o povo paraguaio ter despejado o priápico ex-bispo Fernando Lugo do poder - através da quase unanimidade de seus representantes -, bastaria ver quem está radicalmente contra a cassação. Não há a menor hipótese, em circunstância alguma, de me surpreender ao lado - mesmo metafórico - de nulidades como o bufão venezuelano Hugo Chávez, o risível boliviano Evo Morales e a canastríssima argentina Cristina Kirchner.
     Não é preciso analisar o assunto, o tema. Se esses personagens dessa lamentável América do Sul estão de um lado - seja ele qual for -, eu certamente estarei do outro. São os exemplos mais acabados de uma fase deplorável da política latino-americana. Demagogos, arbitrários, ignorantes, totalitários, inimigos da liberdade, visceralmente ditadores, representam bem a nossa atual vocação para a mediocridade.
     Não incluí nossa simplória presidente (é 'comovedoramente' limitada ...) nessa lista porque, eventualmente (muito eventualmente, é verdade!!!) consigo vislumbrar algo razoável na sua administração, especialmente quando comparada à de seu antecessor, o chefe intocável da quadrilha que assaltou os cofres públicos no episódio do Mensalão, entre outros. Pelo menos ela é mais - digamos - discreta nas suas aparições, mais comedida nos encontros com criminosos internacionais, como o presidente iraniano, a quem não recebeu durante a inócua e simplesmente perdulária Rio+20.
     Os três lamentáveis presidentes citados são os mais excitados com o bota-fora ocorrido em terras guaranis. Imagino que temam tratamento idêntico. O arremedo de mãe dos pobres portenhos, então, não se conteve e retirou o embaixador argentino que estava lotado no país vizinho. Mais um pouco e poderá - quem sabe? - tentar reviver o massacre histórico ocorrido na Guerra do Paraguai, quando esteve aliada ao Brasil e ao Uruguai (a Tríplice Aliança).
     Talvez seja a oportunidade que ela está buscando, para disfarçar a mediocridade de seu governo, a roubalheira que se adivinha entre seus correligionários (uma espécie de companheirada alimentada a 'parrillada'), os artifícios que usa para maquiar o fracasso de suas medidas econômicas. A ridícula ameaça de invadir as ilhas Falklands não passou de mais uma bobagem irresponsável, mas claramente destinada a mascarar seu fracasso. O pequeno e pobre Paraguai seria um inimigo perfeito, sob medida para sua insignificância em relação ao mundo.

     PS: Só para não deixar passar sem o devido resgistro. Vocês notaram, como eu, a decepção dos nossos enviados especiais a Assunção com a calma e a paz reinantes no país? Ruas tranquilas, população envolvida no seu dia a dia e um avassalador apoio dos meios de comunicação locais. Para quem estava torcendo por embates, tanques nas praças, foi um enorme anticlímax.

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