quinta-feira, 21 de junho de 2012

"Não deixa, Dilma!"

     Pois é. A presidente Dilma Rousseff é uma vítima das circunstâncias. Os assaltantes que fizeram parte do seu primeiro ministério estavam lá contra a sua vontade. Por ela, seriam todos idealistas, honrados e incapazes de cometer as indignidades que foram, são e serão cometidas. "Isso é política, idiota", poderia ponderar a companheirada. Eu talvez respondesse de maneira didática, lembrando que a turma que ocupa o poder há nove anos e meio garantia que haveria um novo mundo a partir de Lula, que todos os que o antecederam eram parceiros de satanás, omissos quanto às reais necessidade da população (não apenas dentaduras formais e retóricas).
     A presidente, que parece viver em um país situado em um planeta de uma galáxia distante, faz o que pode para varrer a sujeirada para fora do Governo - na verdade, mal empurra para baixo do tapete do seu gabinete - e não tem nada a ver com a parceria com cheiro de privada entre Lula, seu mentor e guru, e Paulo Maluf, seu ardente defensor e ativo participante da base governista. Oprimida, foi 'obrigada' a engolir um código florestal e meia boca. Sufocada, transferiu para governos estaduais a tarefa de desrespeitar a lei brasileira e vender bebida alcoólica nos estádios de futebol, durante a Copa de 2014.
     Hoje, ficamos sabendo que - coitada! - foi "convencida pela Petrobras" - segundo versão fantasiosa de alguns dos nossos jornais, que o preço da gasolina deve ser aumentado. Isso é coisa da Graça Foster, indicada pessoalmente por ela, é verdade. E que só faz o que a chefe manda. Ela não queria aumentar, mas ...
     E o relatório da Rio+20? Essa gente que protestou e retirou as assinaturas é injusta. Depois de tanto esforço diplomático, patriótico. Será que ninguém percebeu que os culpados de tudo - incluindo o efeito estufa, o derretimento das calotas polares e os três gols do Messi no jogo com nossa Seleção - são os neoliberais?
     Como diretamente interessado no preço do combustível, vou tomar a liberdade de tentar liderar um movimento popular - mais um 'protesto a favor' - contrário à ameaça da Dona Graça contra nossos já combalidos bolsos: "Não deixa, Dilma!"

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