quarta-feira, 6 de junho de 2012

Oposição ameaça novo suicídio

     Eu estava começando a escrever que estava custando a acreditar que o PSDB estivesse tentando, de algum modo, proteger o governador goiano Marconi Perillo, afogado até a medula em relações não muito dignas com o contraventor Carlinhos Cachoeira. Parei a tempo de refazer o pensamento. Não é difícil acreditar. O PSDB e a Oposição em geral alimentaram, nos últimos anos, uma enorme vocação para o desastre, para a incoerência.
     Soterrada pela compreensível popularidade do então presidente Lula (exarcebada pela extrema limitação do eleitor em geral), perdeu o rumo no episódio do Mensalão e vem acumulando erros, uns atrás dos outros, incapaz de assegurar para si a luta pela dignidade, contra a corrupção institucionalizada que vem marcando os últimos nove anos e meio de governo petista.
     Ao contrário, enredou-se em situações trágicas, como o escândalo protagonizado pelo ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, flagrado embolsando propina, e, mais recentemente, com as denúncias que envolvem o governador goiano (sem contar a deplorável situação do ainda senador Demóstenes Torres, um dos expoentes do Democratas).
     A tibieza oposicionista é diretamente proporcional à falta de lastro, de afinidade com as expectativas populares. Não estou falando em demagogia e populismo vagabundo, especialidades do PT. Estou me referindo a posições coerentes, voltadas para projetos sérios na área assistencial, na defesa de minorias.
     Agora, quando surge mais uma vez a oportunidade de ajudar a passar essa pobre República a limpo, sem subterfúgios, começam a aparecer acertos, ajustes, conversas de bastidores - "eu recuo aqui, você volta ali" - que podem condenar o país a fechar mais essa página vergonhosa da nossa história - a promiscuidade entre contraventores, políticos, governantes e empresários corruptores - sem que haja o esperado acerto de contas de toda essa quadrilha - a vinvulada ao contraventor Cachoeira, não a do Mensalão - com a Justiça.

Nenhum comentário:

Postar um comentário