quarta-feira, 13 de junho de 2012

Reação em cadeia

     Estou torcendo, a cada dia, para que o esquadrão da morte da dignidade pública, chefiado pelo ex-presidente Lula, mantenha-se firme no desacato da Justiça, no cerco a ministros do Supremo e, em especial, ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Os últimos fatos mostram que a companheirada está dando caneladas e chutes no vento.
     O Mensalão, o maior assalto institucionalizado aos cofres públicos, começará a ser julgado em pouco mais de 45 dias, com enormes chances de redundar na prisão de um par de quadrilheiros. A chantagem alinhavada por Lula e seus seguidores serviu para que os juízes da nossa mais alta Corte, o Supremo Tribunal Federal, exibissem uma unidade não observada há algum tempo.
     Os crimes de José Dirceu e quetais emergiram do buraco onde estavam acomodados, à espera de o tempo passar, e provocaram uma forte campanha popular de repúdio às manobras e ameaças oriundas do partido do governo.
     Ontem, como nos conta Veja, foi a vez de o procurador-geral da República - outro personagem atacado insensatamente - mostrar independência e coragem na luta contra a corrupção e pilantragens que se tornaram comuns nos últimos nove anos e meio. Gurgel pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) a abertura de inquéritos contra os ainda governadores Marconi Perillo ( PSDB-GO) e Agnelo Queiroz (PT-DF).
     Perillo e Queiroz, que depuseram ontem e hoje, respectivamente, na CPI que investiga as ligações escusas de parlamentares, governantes e empresários no esquema fraudulento chefiado pelo contraventor Carlinhos Cachoeira, terão, sim, que se explicar direitinho, e não apenas contar histórias para plateias dispostas a perdoar e esquecer.
     Contra Perillo, pesa a ligação inquestionável com o contraventor. Por mais que ele tenha afirmado ao contrário, não me convenceu. Um bom desempenho na CPI - como foi classificada sua presença no Congresso - não representa, necessariamente, inocência. Mostra, apenas, mais uma vez, que 'bons' políticos são capazes de enfrentar câmeras e holofotes com certa impavidez.
     Agnelo Queiroz terá mais trabalho. Além da proximidade recente com o crime organizado, não explicou devidamente, até hoje, as irregularidades registradas quando era da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Poderia responder, também, por pilantragens durante sua presença no Ministério dos Esportes, repassadas pela seu sucessor, Orlando Silva, demitido a bem da probidade e que acabou de ser 'inocentado' pela Comissão de Ética Pública da Presidência da República, o que - na minha interpretação - pode ser encarado como um agravante.

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