sábado, 9 de junho de 2012

A farra da Copa

     Mais um exemplo de que a pontaria do ex-craque Romário, atual deputado federal, continua afiada e premonitória. O Tribunal de Contas da União, segundo nos conta a Folha, anunciou que as estimativas de gastos com a Copa do Mundo de 2014 subiram algo em torno de 10%, de R$ 25 bilhões para 27,4 bilhões. E ainda estamos a dois anos da festança. Até lá, se tudo correr como parece estar correndo - atrasos, desvios de verbas, alteração de projetos etc -, podemos alcançar, facilmente os R$ 30 bilhões, 20% a mais do que o anunciado.
     É o que eu imagino. Esse percentual de aumento é 'cabalístico' e contempla as obras em geral, especialmente aquelas marcadas por comissões e propinas. Há alguns meses, Romário antecipava para todos os que ose dispuseram a ouvir, que as obras para o Mundial seriam as mais roubadas de todos os tempos, até mesmo pela facilidade proporcionada pela 'flexibilização' dos contratos - um eufemismo para bandalheira na hora de aprovar aditivos e quetais.
     E não estamos falando da escandalosa participação de dinheiro público em obras particulares, como a construção do novo estádio do Corinthians, o Itaquerão, numa evidente distorção demagógica e eleitoreira.
     Num país que ainda ostenta os número vergonhosos de cidades sem saneamento, gastos bilionários e suspeitos para a realização de uma competição esportiva - mesmo sendo um Mundial de futebol -surgem como uma agressão à lógica e à inteligência. Só a reforma do Maracanã - a segunda em poucos anos - vai custar R4 1 bilhão, quase três vezes mais do que o gasto na recentíssima construção do novo estádio do Manchester City, em Londres.

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