quarta-feira, 13 de junho de 2012

Por baixo dos panos

     Lamentável, sob todos os aspectos - o da dignidade, em especial - a concertação registrada entre o PT e o PSDB, principal partido do que deveria ser uma oposição rigorosa, para evitar danos maiores a dois de seus luminares, respectivamente, os ainda governadores do Distrito federal, Agnelo Queiroz, e de Goiás, Marconi Perillo.
     Mais grave, nessa combinação intolerável, porém negada oficialmente, vem sendo a postura do PSDB, que não se envergonhou de reunir seus mais destacados líderes para proteger, de qualquer maneira, um representante claramente culpado, no mínimo, de comportamento incompatível com o cargo que ocupa.
     Do PT não se poderia esperar algo diferente, pois é o que mais tem a perder nessa CPI já fadada - pelo que põe - a um resultado pífio. Ao partido oficial, com as manobras de bastidores e contando com a flagrante falta de 'disposição' dos adversários, interessa, e muito, que não haja punição ou exposição de fatos reprováveis, pelo pavor que eles desabem sobre o Governo e prejudiquem seu projeto de perpetuação no poder.
     Já o PSDB, ao que tudo indica, está voltado, 'apenas', para a tomada da Prefeitura de São Paulo. Ao se apequenar frente aos desatinos oficiais e às suas próprias inconsistências, que deveriam ser enfrentadas, o partido sinaliza sua fraqueza, sua inaptidão para o confronto mais duro.
     No que deveria ser um saudável e necesário embate entre situação e oposição, o papel mais relevante e incisivo tem sido deixado para o Democratas e/ou para o Psol, polos opostos, díspares, mas que convergem na dureza das críticas à corrupção e à promiscuidade entre governantes e criminosos.
     Esse comportamento até certo ponto trêfego tem dado à presidente Dilma Rousseff tranquilidade para manter-se acima dos males menores, como se não fosse - como é - uma das mais destacadas lideranças do PT e, portanto, responsável, também, pelos desatinos cometidos em nome da causa.

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