domingo, 24 de junho de 2012

Passa fora, Chávez!

     Eu já tinha optado pelo respeito ao direito à autodeterminação do povo paraguaio, que decidiu - através da avassaladora maioria de seus legímos representantes, em um processo absolutamente constitucional - pela destituição do ex-presidente Fernando Lugo, o priápico ex-bispo que arrebanhou uma legião de ovelhas desgarradas para seu rebanho. Ao contrário do que supõe o Brasil, o Paraguai tem todo o direito, sim, desde que respeitando as leis vigentes, de defenestrar um presidente que vinha se mostrando incompetente e extremamente danoso ao país.
     Se o processo foi mais rápido do que em outras partes do mundo, não é problema nosso. Está previsto na Constituição que o cassado Lugo jurou defender. Parodiando os patriotas nacionais - quando instados a falar sobre os crimes cometidos pela ditadura cubana; governos pilantras como o boliviano e o venezuelano; e terroristas, como o iraniano -, eu poderia lembrar que não nos cabe dar palpite em problemas internos de nações soberanas.
     Tão determinado - um verdadeiro leão - quando o caso é defender um amigo de fé, camarada, nosso governo mostrou recentemente sua face de vira-latas, ao colocar o rabo entre as pernas quando bens da Petrobras foram assaltados por governantes 'amigos'. Assim como não abre a boca quando os bufões venezuelano e equatoriano prendem juízes e perseguem jornalistas.
     Retomando o pensamento inicial. Se já vinha demonstrando entender os motivos que levaram o Paraguai a trocar o tal bispo pelo então vice, Federico Franco, o novo presidente, essa sensação só fez aumentar, principalmente depois de ler a entrevista que o senador Alfredo Luis Jaegli, um dos líderes do processo de impeachment, deu ao Estadão.
     Ele antecipa ótimas relações com o Brasil e afirma, com todas as letras, que o novo governo paraguaio vai ficar "bem distante" da Venezuela e mais próximo dos Estados Unidos. Enfim, alguém com coragem para colocar o o coronel de opereta venezuelano no lugar que merece: longe. A única ameaça à paz paraguaia, de fato, vem de fora.

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