domingo, 10 de junho de 2012

Um reencontro delituoso

     O ex-ministro da Casa Civil de Lula, ex-deputado federal cassado do PT e "chefe da quadrilha que assaltou os cofres públicos", no episódio do Mensalão, segundo denúncia da Procuradoria Geral da República, não poderia ter tido recepção mais à altura das indignidades que marcam seus atos e os da desmoralizada União Nacional dos Estudantes. Foi aplaudido de pé por um punhado de jovens atolados na mais deplorável ocupação da humanidade: a prostituição de valores éticos.
     Segundo nos conta O Globo, José Dirceu foi o maior destaque de uma reunião, no Rio, que serviu, também, para mais uma exibição de descompromisso ético do prefeito Eduardo Paes, que prestou toda sua solidariedade à entidade, acusada de desviar dinheiro de convênios, usar notas fiscais falsificadas e outros delitos menores.
     Dirceu estava no seu ambiente - pessoas apontadas em vigarices explícitas - e aproveitou para pedir ajuda na sua campanha para escapar da cadeia, caminho que parece ser o que lhe aguarda ao fim do julgamento, que vai começar dia 1º de agosto. Convocou os 'estudantes' a ocupar as ruas bradando seu nome e apontando o dedo para o inimigo público número um dos corruptos que infelicitam essa pobre República: a imprensa, Veja em especial.
     Nos seus devaneios, o guru petista imaginava um país a exemplo da sua amada Cuba, dominado por uma ditadura carcomida, sem liberdade de expressão, a não ser a favorável. Não consegue aceitar a realidade de que vivemos em uma democracia, conquistada contra a vontade de seu grupo, que defendia e ainda defende o totalitarismo, a supressão de conquistas fundamentais à dignidade do homem.
     O estelionato ideológico praticado pelo grupo alinhado a José Dirceu e afins partia do pressuposto de que tudo podia, em nome da causa, algo difuso, que pode ser traduzido por 'conquista e manutenção do poder, a qualquer preço'. Assim foi no Mensalão; na falsificação de dossiês contra adversários; na ocupação desenfreada de todos os postos no governo; na institucionalização da corrupção; na cooptação (na verdade, compra), para uso político, de entidades e movimentos, tais como a CUT e o MST, nada mais do que braços petistas.
     Pode ser, até, que José Dirceu consiga escapar da lei, mas não através das coerção de magistrados e da sociedade, pois a Justiça tem seus ritos e práticas, especialmente em na nossa mais alta Corte, o STF. Se fugir da cadeia - o que eu espero que não aconteça -, será por força da Lei, garantida pela Democracia que ele e a companheirada insistem em agredir, em usar para seu próprio benefício.

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