quinta-feira, 21 de junho de 2012

Apenas desprezo

     Alguns articulistas - afogados em desespero após a mais recente demonstração de vigarice política do ex-presidente Lula, o mais medíocre e limitado de toda a nossa história republicana - começam a argumentar que guru das esquerdas provoca reações extremas: amor ou ódio. Só posso responder por mim, é claro. E não concordo. É claro que não amo Lula, jamais amei, embora tenha votado nele uma vez, no segundo turno das eleições vencidas por Fernando Collor.
     Na época, ainda relativamente iludido, confesso, embarquei na campanha. Cheguei - ninguém é perfeito - a estampar um plástico no vidro traseiro de meu Chevette verde musgo. Mas a 'causa' era boa. Parecia óbvio que nada poderia ser pior do Collor. Mas, rapidamente, meu sentimento em relação ao ex-presidente ficou absolutamente claro: desprezo. Nem amor nem ódio. Apenas e simplesmente desprezo.
     Lula, para mim, e há muito tempo, é um personagem nefasto, a cara desse estelionato ideológico promovido sob a liderança do Partido dos Trabalhadores, capaz de todos os atos infames para perpetuar um projeto de poder. Mentiroso, rancoroso, simplório, soube usar uma história de vida que poderia ser digna como uma gazua para assaltar consciências.
     Poucos ousavam e ainda ousam criticar um nordestino, operário, pobre e semianalfabeto que conseguiu driblar todas as barreiras até chegar ao mais alto posto do país. Suas ações deletérias foram sempre perdoadas. Sua extrema falta de conhecimentos provocava 'frouxos de riso' coniventes. "Esse Lula...", ouvia-se por toda a parte. Mais do que todos os seus antecessores, o ex-presidente soube criar uma imagem à semelhança da imensa maioria da população, desinformada e ignorante como ele.
     Lula, e não apenas porque foi lamber as botas do deputado Paulo Maluf, jamais foi íntegro politicamente. Mentiu e mente. Nunca teve uma postura digna, responsável. Agiu e continua agindo como o eterno pelego que jamais deixou de ser. Aquele dirigente sindical que se encharcava de uísque nas reuniões com representantes da indústria automobilística e fazia todos os conchavos possíveis entre quatro paredes, mas que aparecia como um messias para um bando de seguidores desinformados.
     Quase cedi à tentação de lembrar passagens ainda menos nobres de sua - digamos - história política. Muito menos nobres do que o Mensalão, os aloprados, cuequeiros, as relações deletérias com representantes do que há de pior na vida nacional e a recente chantagem sobre ministros do STF. Não é necessário. O conjunto de sua obra é suficiente para explicar meu desprezo por ele e pelo que ele representa. Talvez, como já disse algumas vezes e repito, a explicação para seu comportamento errático esteja na medicina. O ex-presidente evidencia - por palavras e atos - não ter superego.

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