quinta-feira, 29 de março de 2012

Um retrocesso lamentável

     "Ontem, foram calçadas e muros pichados. Amanhã - quem sabe? - apedrejamento em praça pública. A ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário, deve estar comemorando o resultado de sua irresponsabilidade, ao pregar, publicamente, punições para os agentes do governo envolvidos na repressão durante os 21 anos da ditadura militar (1964 a 1985)".
     Extraído do texto 'Parabéns, Maria do Rosário', de anteontem, dia 27.
     Não é preciso ser vidente para antecipar fatos como o ocorridos hoje, no Rio, onde um encontro de oficiais da reserva - na sede do Clube Militar, no Centro - pretendia comemorar a passagem do 48º aniversário do movimento militar que destituiu o então presidente João Goulart e terminou em um dos períodos mais tristes da nossa história recente.
     Um grupo de jovens extremistas - como nos contam os principais veículos de comunicação - se reuniu em frente ao Clube e tentou impedir a entrada dos militares. A Polícia Militar foi convocada e precisou agir com dureza para impedir agressões e o direito de ir e vir dos participantes do encontro, do qual pode-se discordar, mas que seria fechado e realizado em um prédio particular.
     Não houve morte, felizmente. Um manifestante foi preso e outro precisou ser contido com um disparo de taser, a tal arma não-letal que, dessa vez, atendeu aos seus propósitos (e se o jovem morressse, como morreu o estudante Edson Luís, há 44 anos, quem seria o verdadeiro culpado?). Os partidos mais representados no ato, por bandeiras e cartazes - PT e PSOL - imediatamente garantiram que não coordenaram a manifestação. Nem seria preciso.
     O clima já fora preparado, pela - repito - irresponsabilidade criminosa da ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário - responsável direta pelo acirramento de ódios e ressentimentos -, e pela omissão do Governo, que não a desautorizou formalmente, quando afrontou a Lei ao pedir punição para anistiados.
     A ministra não pensou, um minuto sequer, que seu posto exige um comportamento sóbrio, funcional. Ao contrário. Ao assumir posições radicais e inconsequentes, vem se comportando com a maturidade de um dirigente de diretório de estudantes secundários.
     De um ministro da República exige-se respeito às leis que asseguraram e asseguram o primado da democracia. De um presidente, que obrigue seus auxiliares a agirem com a sobriedade que os cargos requerem.

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