quinta-feira, 29 de março de 2012

Atoleiro cultural

     Houve - ao menos para mim - um injustificável espanto com a conclusão da pesquisa sobre o hábito na leitura no Brasil, publicada em todos os meios de comunicação, entre eles Veja. O estudo realizado pelo Instituto Pró-Livro, com a participação do Ibope, concluiu que, nos último quatro anos (entre 2007 e 2011), o número de brasileiros considerados leitores (os que haviam lido qualquer obra nos últimos três meses) caiu 5%, algo em torno de 7,5 milhões de pessoas, retrocedendo a 50 por cento.
     O que se poderia esperar de um país governado por um presidente popularíssimo que exaltava, diariamente, o fato de ser, praticamente, apenas alfabetizado? Demagogicamente, num procedimento vulgar, o ex-presidente e seus seguidores menosprezavam os 'doutores', como se as mazelas do país fossem resultado, apenas, do domínio político dos que dispunham de um título universitário.
     O ex-presidente Lula gabava-se - demagogicamente, repito - de não ter lido um livro sequer (pessoalmente, não acredito nisso), de mal ter terminado o ensino fundamental e ter chegado ao posto mais alto da República. Se ele conseguiu, qualquer um poderia conseguir. Portanto, não haveria motivo para o aprimoramento cultural. A meritocracia, nos últimos anos desse projeto petista de poder, perdeu espaço, atropelada pela vigarice ideológica.
     Não podemos esquecer a malfadada tentativa do atual candidato petista à prefeitura de São Paulo, o ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, de institucionalizar a ignorância, ao defender uma cartilha que primava pelo absurdo, ao consagrar uma nova língua, paralela ao português culto.
     Hoje, chegar aos mais altos cargos depende apenas de compadrios, militância sindical ou negociatas por apoio no Congresso. Um exemplo claro é o ministério da presidente Dilma Rousseff, um dos mais medíocres - se não o mais - da história republicana. Medíocre funcionalmente e atolado em escândalos de todos os calibres.
     Esse é o retrato do Brasil da Era Lula, que já dura 9 anos e três meses. Um país que retrocede culturalmente dia a dia, tornando-se cada vez mais fácil de ser manipulado por discursos vazios de conteúdo, mas recheados de lugares comuns, frases feitas e estímulos ao obscurantismo.

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