O Globo e o Estadão nos trazem, hoje, dois exemplos que podem simbolizar a mediocridade que assola a Argentina desde o advento da 'era Kirchner', com Nestor e Cristina. Anteontem, um programa do canal C5N (Longobardi ao vivo) foi retirado do ar durante uma entrevista com o ex-chefe de gabinete da presidente, Alberto Fernández, que fazia críticas à ex-chefe e reforçava as acusações de corrupção que pesam sobre o atual vice-presidente argentino, Amado Boudon, e que atingem, também, a mandatária, no mínimo por omissão.
A intervenção descabida foi resultado de pressões diretas do governo sobre o proprietário do canal, algo só admissível em regimes de força, em ditaduras, como a que vigora disfarçadamente na Argentina, refém de um governo populista e demagógico. O fato de Cristina Kirchner ter sido eleita recentemente não lhe dá o direito de agir despoticamente, como vem fazendo, apoiada no que há de mais retrógrado na política do país.
Paralelamente a estimular a divisão interna do país, com sistemáticos ataques à liberdade de imprensa e estímulo à luta de classes, a presidente Kirchner insiste na temerária determinação de criar um clime de conflito armado pela posse das Ilhas Falklands, que os argentinos chamam de Malvinas. Ela sabe que seu país não tem a menor chance de enfrentar uma guerra com a Inglaterra, como já tentou e foi esmagado em passado não muito distante.
Mas usa esse elemento diversionista para criar uma unidade popular contra um inimigo comum, artifício usado desde sempre por governantes medíocres. Sua últimas intervenções nos vôos que chegam ao arquipélago mereceram uma crítica dura do atual governador critânico das Ilhas, Nigel Haywood, que acusou a Argentina de estar empenhada em prejudicar a vida dos moradores do arquipélago, os kelpers, integralmente favoráveis à continuidade dos laços com os britânicos.
"Dá pena. A Argentina continua empregando a mesma atitude que quando fomos ilegalmente invadidos", criticou Kaywood.
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