A constatação, feita por O Globo, é irrespondível: apenas um terço das creches anunciadas pelo Governo Federal como prontas está funcionando (221 de 633). Os números são suficientes para envergonhar qualquer síndico de prédio suburbano e desnudam apenas uma das grandes empulhações enfiadas goela abaixo da população, à força de um enorme e dispendioso esquema de publicidade.
O programa de construção de moradias populares também não resistiria à investigação de um foca, assim como os investimentos em saúde, estrutura portuária, a exploração do petróleo do pré-sal, construção de navios, conservação de estradas etc etc etc. São factoides, e não fatos, produzidos nas salas de marketing e quase sempre aceitos como verdades.
Nosso crescimento - e não há dúvidas quanto a ele - é muito mais inercial do que fruto de políticas efetivas. É o resultado de combinações externas absolutamente favoráveis, especialmente o crescimento da China, carente e cliente das nossas commodities, e da política de austeridade fiscal formatada nos governos anteriores à 'Era Lula'.
Estaríamos em situação melhor e mais tranquilos para enfrentar a crise mundial, que tende a se agravar, caso tivéssemos optado, de fato, pelo enxugamento da máquina estatal, um enorme sorvedouro de recursos e alvo constante de desvios de conduta que terminam sempre com alguém abrindo o cofre público.
Nos seus 14 meses de governo, a presidente Dilma Rousseff, apresentada ao distinto público como uma referência em administração, limitou-se a manobrar crises geradas no próprio círculo governamental. Espera-se muito mais, a exemplo que vem acontecendo na política externa, que inegavelmente vem dando um salto qualitativo. Mas até nesse caso precisamos fazer uma ressalva: seria muito difícil piorar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário