domingo, 18 de março de 2012

Romário surpreende no ataque

     Romário, surpreendentemente - ao menos para mim -, tem exibido, na Câmara dos Deputados, em Brasília, um desempenho que pouco fica devendo aos anos passados nos gramados de futebol. É bem verdade que ele, desde muito novo (e eu acompanhei de perto sua carreira, vascaíno que sou), já demonstrava uma independência incomum até mesmo em outros campos da vida. Contestava técnicos, desafiava jogadores mais experientes e jamais deixou de ousar.
     Sua eleição para o Congresso, na esteira da carreira de sucesso como atleta, me parecia fadada à mediocridade comum em casos semelhantes. Achava que ele iria ficar, no mínimo, inibido, ao lado de estrelas de outra galáxia, limitando-se a cavar uma aparição ou outra no noticiário, suficientes apenas para lembrar ao distinto público que ele estava na arena política.
     Não é o que está acontecendo - e não estou entrando no mérito das suas incursões no noticiário. Romário não ficou no meio do campo. Ao contrário. Vem partindo para o ata que com determinação semelhante à que empregava nos clubes e seleção. Sua mais recente análise da situação geral dos preparativos para a realização da Copa do Mundo de 2014 não poderia ser mais direta e objetiva:
     "Essa palhaçada vai piorar quando faltar um ano e meio para o mundial. O pior está por vir, porque o governo irá viabilizar as obras emergenciais, que não precisam de licitações. Por isso, estamos fadados a assistir ao maior roubo da história do Brasil", escreveu na sua página no Facebook e os jornais e revistas repercurtiram.
     Nas suas afirmações, não poupa sequer a presidente Dilma Rousseff: "Está sendo enganada ou se deixa enganar quando afirma que a Copa no Brasil será a melhor edição de todos os tempos", destaca, sem firulas.
     Suas - digamos - previsões e análises têm fundamento. A tal Lei Geral da Copa, além de ameaças à nossa diginidade como país, abre enormes possibilidade a todos os vigaristas que infelicitam esse país há tantos anos, especialmente nos últimos nove. Se, com fiscalização, esse gente encastelada nos ministérios e assemelhados roubou tanto, imaginemos um cenário livre e solto, com verbas jorrando sob a rubrica 'emergenciais'.

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