terça-feira, 20 de março de 2012

À espera do Ministro

     Confesso que fiquei emocionado ao ler, em O Globo, que o ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, revisor do processo do Mensalão, está "se esforçando para apresentar seu voto ainda neste semestre", embora seja "pouco provável" que consiga. Pensei, até, em sugerir o pagamento de horas extras quadruplicadas, em virtude do empenho de Sua Excelência. Afinal, o processo - iniciado em 2005 !!! - 'só' está com ele desde dezembro, quando o ministro Joaquim Barbosa concluiu seu relatório.
     Não podemos esquecer que a Justiça entrou em recesso no fim do ano (praticamente um mês de folgança, por conta do Natal e do Ano Novo) e que houve o carnaval, logo depois. E há, ainda, as férias, fins de semana prolongados eventualmente. O julgamento dos quadrilheiros que assaltaram os cofres públicos, segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República - só será marcado depois que o ministro terminar sua tarefa.
     Espero que o ministro Lewandowski consiga fazer o trabalho de casa a tempo. Caso contrário, corremos o risco de ver uma penca de acusados pelo maior escândalo da história política brasileira, em todos os tempos, surgir na lista de candidatos às prefeituras e câmaras municipais. Caso o julgamento não saia logo, ou os 'futuros acusados' e prováveis condenados terão direito à inscrição.
     O antigo presidente do PT e atual assessor do Ministério da Defesa, José Genoíno, um dos acusados principais e que andava quieto, reservado no seu canto, sentindo-se prestigiado, já anunciou que seu partido pagou toda a 'dívida' que tinha com o Banco Rural, comprovando que não houve pilantragem alguma, apenas um empréstimo normal, de pouco mais de R$ 8 milhões, quitados em suaves prestações mensais.
     Todos nós ficamos sabendo, na época e através da leitura de parte da acusação, que o rombo chegou a quase R$ 90 milhões. E que não havia empréstimo algum, de acordo com a denúncia, e sim um repasse de verbas públicas: o Governo pagava por algo que jamais seria feito e um grupo de 'empresários' repassava o dinheiro ao PT e aos partidos amigos, ganhando a comissão. Esse dinheiro foi usado, inclusive, para pagar dívidas da campanha do ex-presidente Lula. Simples assim. O "chefe da quadrilha" - sempre de acordo com a Procuradoria - era o ex-ministro José Dirceu, que continua 'ativo e operante'.

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