sexta-feira, 9 de março de 2012

Fifa continua chutando nosso traseiro

     Vejam a que ponto chegamos, nessa mal-resolvida relação entre o o nosso governo e essa tal de Fifa. Por absoluto despreparo, visão política limitada e sofreguidão, a presidência da República cometeu um erro irrecuperável, ao se nivelar a uma entidade particular e aceitar um encontro com um burocrata qualquer, no 'campo' dele, em uma cidade suíça, e prometer tudo, para garantir a exposição que a Copa dará ao candidato oficial na eleição de 2014, no caso, a própria Dilma Rousseff.
     A partir desse momento, a Fifa não se conteve mais e rasgou todas as regras básicas, do respeito a uma nação, apelando para uma indisfarçável atitude de chantagem. Exigiu o que quis, sabendo que atropelava a nossa legislação, e não foi contestada. Ao contrário. O governo, como se fosse um bandeirinha de segunda categoria, passou a validar todas as jogadas malandras da entidade futebolística.
     Sentindo-se acima da lei, a Fifa, através de seus representantes, começou a desferir pontapés, rasteiras e cotoveladas, sabendo que a arbitragem era dela. Hoje, nos informam as agências de notícias e jornais, entre os quais O Globo, o presidente da entidade, Joseph Blatter, adiou uma visita que seu secretário-geral, Jérôme Valcke (o sujeito que nos ameaçou com um pontapé no traseiro e foi chamado de vagabundo por um dos ministros-de-recado da Presidência) faria ao Brasil e exigiu que a presidente Dilma Rousseff agendasse um encontro com ele.
     Enquanto o tal encontro não se realizar, os acertos para a Copa estão suspensos. É um caso típico de chantagem, inadmissível. Blatter está, com isso, desafiando não a presidente (o que já seria absurdo!), mas a nação que ela representa. Já não basta mudar as leis brasileiras, com o apoio irresponsável do Planalto. A Fifa quer nos dar um 'olé' desmoralizante, chutar de vez o traseiro que exibimos ao aceitar o tal encontro na Suíça.

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