domingo, 25 de março de 2012

Silêncio indecoroso

     Quantas linhas você leu, hoje, sobre a escandolosa relação entre o senador Demóstenes Torres, do DEM de Goiás, e o banqueiro do bicho Carlinhos Cachoeira? Talvez não tenha lido uma sequer. Os fatos novos atropelam as notícias. E é exatamenete com isso, com o desaparecimento do noticiário, que contam todos os envolvidos em tramoias e afins.
     O senador em questão, arauto do combate à corrupção, simplesmente se recolheu, desapareceu no plenário, não dá entrevistas, repassadas ao seu advogado que, como qualquer advogado, procura brechas para defender o cliente, mesmo quando ele é indefensável. Ontem, em um dos noticiários da televisão, tive o desprazer de ver o ouvir o citado rábula.
      Escondido atrás de vastos bigode e barba, afirmava que as gravações que comprometem definitivamente Demóstenes Torres não tinham valor legal. E daí? No caso de políticos, em especial, o que está em jogo é seu padrão de comportamento, sua ética, seu respeito ao decoro inerente ao cargo. Se vai ser eventualmente condenado à prisão, ou não, é outra questão. Ele deveria ser cassado imediatamente. Ou renunciar, a bem do mínimo de dignidade que ainda resta em Brasília.
     Imprensado pelos fatos, o presidente do DEM, senador José Agripino, saiu-se pela tangente, acenando com uma necessária investigação etc etc. Os demais senadores - em sua grande maioria - calaram-se, ou deram depoimentos contidos. Do PSDB, que tem um deputado federal também de Goiás envolvido na mesma poça, não ouvi sequer uma ressalva. Há um silêncio indecoroso.
     Mais um escândalo na conta do nosso Congresso, que se deixou aviltar e vive, hoje, a exemplo dos demais poderes da República, tempos de chantagem e corrupção.

Nenhum comentário:

Postar um comentário