quarta-feira, 28 de março de 2012

A lei é para todos

     O Supremo Tribunal Federal terá a oportunidade, em breve, de mostrar que o país não é conivente com o ilícito, com atos que agridem e corrompem, que ofendem o decoro. Na mais importante, vai, enfim, iniciar o julgamento dos integrantes da quadrilha que assaltou os cofres públicos, sob a chefia do ex-ministro José Dirceu, apontado pela Procuradoria Geral da República como o mentor do Mensalão do Governo Lula, o maior escândalo da nossa história recente.
      Veja nos conta que o ministro Carlos Ayres Brito, que tomará posse na presidência do STF no dia 19 de abril, está empenhado na aceleração dos procedimentos necessários ao início do julgamento, fundamental para encerrar o ciclo de crimes perpetrados a partir da cooptação de parlamentares 'aliados' e da distribuição de dinheiro entre correligionários do PT. O Brasil digno vem esperando por esse julgamento.
     Antes de julgar o Mensalão, no entanto, o STF deverá decidir se as provas contra o ainda senador Demóstenes Torres, do DEM de Goiás, são válidas. Elas foram obtidas em gravações de conversas telefônicas entre o parlamentar e o contraventor Carlinhos Cachoeira, decidamente autorizadas pela Justiça.
     Alega a defesa do ainda senador que esses gravações não podem ser usadas, pois a quebra de sigilo de quem tem foro privilegiado não pode ser autorizada por um juiz de primeira instância. Puro diversionismo. A Polícia Federal estava gravando um contraventor e, por acaso, se deparou com outro. Azar o do 'outro'. Sorte do país, que poderá se livrar de um parlamentar que desonrou o mandato e que já deveria ter sido excluído do Congresso.
     A tese da defesa, segundo Veja, já esbarrou na interpretação de um dos mais respeitados ministros da Corte, Marco Aurélio Mello. Para ele, não há irregularidades nas provas. Que assim seja.

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