segunda-feira, 19 de março de 2012

Compromissos com a ilegalidade

     O novo líder do Governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), está absolutamente errado - e ele certamente sabe disso. Ao sair de uma reunião no Palácio do Planalto, hoje pela manhã, com a presidente Dilma Rousseff e uma penca de ministros, Chinaglia disse que vai tentar votar a Lei Geral da Copa ainda esta semana e que acredita na aprovação, inclusive, da ilegal venda de bebidas alcoólicas nos estádios, uma das exigências da Fifa.
     Segundo o Estadão, ele, reverberando opinião do Governo, afirmou que "um País como o nosso não pode deixar de cumprir compromissos internacionais assumidos". Em primeiro lugar, o "País" citado pelo líder não foi consultado para saber se aprovava o atropelo de sua legislação.No afã de gerar um fato público que promovesse seu projeto de poder, o ex-presidente Lula prometeu à Fifa - uma entidade particular, não podemos jamais esquecer - que mudaria a Lei.
     Apenas para teorizar, imaginemos que Lula, no dia da reunião, tivesse acordado invocado', como disse certa vez em um dos muitos arroubos insensatos, e resolvesse garantir que todos os dias do Mundial seriam de céu azul e temperatura amena, em torno de 26 graus, por exemplo, para nos atermos a temas bem inocentes. Sabemos que ele acha, mesmo, que é "o cara", e não apenas o filho. Portanto, não seria de todo improvável. E se chovesse na partida de abertura? O Brasil pagaria alguma multa, já que não cumpriu o prometido?
     Mergulhando mais fundo na imaginação. E se o 'País' de Lula tivesse prometido apedrejar todas os mulheres casadas que decidissem dormir em camas alheias durante a Copa, para agradar ao seu amigo Mahmoud Ahmadinejad?
     Eu sei que as duas hipóteses são absurdas, uma delas ilegal e imoral. Assim como é absurdo e inconcebível que o País de todos nós seja encostado na parede em virtude de uma fanfarronice regada a interesses político-eleitorais e aprove essa tal Lei que, além de nos apequenar, vai abrir as portas dos cofres públicos a todos os aditivos e acertos de última hora. Sem fiscalização.

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