quinta-feira, 15 de março de 2012

As uvas do Haddad

     O ex-ministro da Educação e virtual candidato petista à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad (aquele mesmo que exterminou o Enem e tentou reescrever a língua portuguesa à imagem de seus líderes) não deve saber quem foi Esopo, um grego que viveu no século VI antes de Cristo e escreveu algumas fábulas que persistem até hoje.
     Uma das mais emblemáticas é a da raposa e das uvas (ele explorava a conduta humana e usava quase sempre animais nas suas criações). Faminta, a tal raposa chegou a um pomar de videiras, carregadas de frutas maduras. Seria a salvação do seu dia. Desesperada, a raposa tentou de tudo muito, para alcançar os frutos.
     E aí eu me permito interferir na criação de Esopo e ressaltar que o animal saltou, pulou, dançou com todas as músicas, prometeu, implorou, enfiou o rabo entre as patas traseiras, mostrando submissão. Não houve jeito. As uvas tão desejadas estavam muito além da sua capacidade - que era imensa - de bajular deuses de outras raças, babar, rastejar.
     Ao fim de uma longa jornada, a raposa deu-se por vencida e desistiu das tão desejadas uvas, bicadas por um tucano. Seguiu em frente ganindo, entre dentes, que elas, as uvas, não eram tão boas assim, que certamente estavam estragadas, e não maduras.
     Pois é. Fernando Haddad, na sua busca por qualquer coisa que aplaque a sua fome de votos, aproveitou uma entrevista, hoje, para criticar o prefeito Gilberto Kassab (PSD), seu cacho de uvas político. Entre outras coisas, segundo a Folha, associou o prefeito a dois antecessores, Celso Pitta e Paulo Maluf, que representariam antigos inimigos do petismo. Maluf, do PP, aliado de todas as horas do seu PT, comensal do Palácio.
     É uma história sem moral alguma.

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