sábado, 24 de março de 2012

Sem rosto e sem marcas

     Uma das principais características de um bom gestor deve ser a sabedoria com que escolhe seus auxiliares diretor, aqueles que o vão ajudar a realizar. Não parece - definitivamente - ser o caso da presidente Dilma Rousseff. Pelo menos até agora. Suas primeiras opções para formar o ministério não poderiam ter sido mais equivocadas, como ficou comprovado nos primeiros meses de governo.
     Além dos que saíram a bem da dignidade no trato com os bens públicos, houve um tumultuado processo de troca-troca interno e há a insistência na manutenção de personagens quer vêm de mostrando nefastos para a boa governança, como o ministros do Desenvimento, Fernando Pímentel, envolvido em graves denúncias de enriquecimento ilícito; e Maria do Rosário (Direitos Humanos), responsável direta pela crise com as Forças Armadas, por seu destempero verbal e rancor ideológico.
     À revista Veja, a presidente afirmou que quer estabelecer um novo padrão de governo, com mais profissionalismo e menos interferência partidária. Não é o que parece, tendo em vista as últimas notícias dando conta da convocação do ex-presidente Lula para tentar sanar os atuais problemas de governabilidade, expressos mais diretamente no estremecimento das relações com a tal 'base aliada'.
     O ex-presidente notabilizou-se, nos oito anos de governo, pela institucionalização do toma-lá-dá-cá político, cuja maior manifestação foi o Mensalão, escândalo de dimensões jamais vistas no país.
     Não será com esse tipo de assessoria que a presidente Dilma Rousseff vai conseguir imprimir sua marca pessoal. Em algum momento, a população vai pensar um minuto que seja e 'descobrir' que nada foi feito nesses 14 meses de governo. O país meramente usufruiu do ainda bom momento do crescimento chinês e ignorou o investimento em infraestrutura. Isso, para não falar na reforma tributária, ignorada perversamente.
     Confrontada pelo pífio crescimento do PIB (2,8%), a presidente dá sinais de que vai procurar um caminho, ainda incerto e não definido, justamente num ano eleitoral, historicamente o menos indicado para iniciativas sérias.

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