sexta-feira, 1 de abril de 2011

Restaurando a dignidade do debate

     Estava faltando. Não falta mais. Como já era esperado, o PT desqualifica o debate sobre racismo e homofobia, aquecido pelas desastrosas, absurdas e repetitivas afirmações do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ). Na tentativa de faturar politicamente uma onda de reações que surgiu naturalmente, o líder do partido do governo na Câmara, Cândido Vacarezza, atribuiu as sandices de Bolsonaro ao que ele classificou como pensamento de uma corrente ideológica política, na qual - ficou claro - estariam todos os que não são do que se convencionou chamar de esquerda, esse balaio de virtudes que acomoda carinhosamente mensaleiros, cuequeiros e produtores de dossiês falsos, entre outros.
     Acho que não contaram ao tal líder governista que Bolsonaro é do Partido Progressista, aliado do seu PT, que, além de apoiar vigorosamente o governo, tem assento no primeiro escalão do Governo Dilma, com o ministro Mário Negromonte(PP da Bahia). A julgar pelo seu raciocínio rasteiro e oportunista, seriam racistas e homofóbicos 90 por cento dos partidos que compuseram o 'frentão' que ajudou a eleger a nova presidente. E, por lógico, seus componentes.
     Esse tipo de discurso, absolutamente comum e vazio, é um dos males que assolam o país político e se alastram, comprometendo a dignidade dos debates, reduzindo-os a atos de demagogia explícita, regados a falatórios fáceis.
     Bolsonaro não é racista porque é de direita. Ele é de direita, racista e politicamente detestável. Assim como os mensaleiros não são criminosos comuns porque são do PT. Eles são do PT, criminosos e repugnantes.

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