quarta-feira, 13 de abril de 2011

Armas e demagogia

     Li por aí, em algum lugar, uma crítica à iniciativa de realizar nova consulta popular sobre a proibição da venda de armas. Devo confessar que concordo com ela. Não que seja favorável às armas, ao contrário. Ao longo dos anos, venho usando exclusivamente as palavras para expressar pensamentos. Mas essa mobilização me parece demagógica, uma tentativa de capitalização política do trauma produzido pela tragédia ocorrida no Rio de Janeiro, há uma semana.
     Mais do que isso, desvia a atenção para pelo menos dois dos reais e enormes problemas que assolam a população: a falta de uma política séria de segurança em geral (e não nas portas das escolas, em particular) e os investimentos medíocres na formação dos nossos jovens e adolescentes.
     Armas vendidas de acordo com a legislação, que é rigorosa, têm impacto desprezível na violência, se comparadas às consequências da falta de atenção à cidadania e à formação das novas gerações.
     Os criminosos que intermediaram a venda de um revólver ao jovem esquizofrênico que matou 12 crianças não têm CGC. Têm, isso sim, passagens pela polícia.

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