quinta-feira, 7 de abril de 2011

Torcendo por outro mensalão

     Poderia apostar, hoje, que a oposição à presidente Dilma Roussef será muito mais difícil do que a feita ao seu antecessor, excluindo desse raciocínio o episódio do mensalão. A repercussão do discurso do senador Aécio Neves é uma evidência da dificuldade em se contrapor a algo que está se enraizando, ampliando os domínios e espalhando suas sombras sobre todos os setores.
     Menos exposta - por que se sabe infinitamente menos capaz de empolgar -, Dilma Roussef vem estimulando na população a percepção de que é a administradora capaz de manter o país entre os que sobrevivem à crise mundial e servem de exemplo até mesmo para nações historicamente mais desenvolvidos, como Inglaterra e Estados Unidos.
     Se conseguir domar a inflação, que insiste em desafiar as medidas tomadas até agora, e preservar o crescimento, Dilma não terá que se preocupar com a oposição, bem menor e menos expressiva - especialmente no Senado - do que nos tempos de seu antecessor e mentor.
     Aécio Neves - estranhamente inseguro, para alguém com uma história tão grande na política - tenta, assumindo a postura de líder, se capitalizar desde já para enfrentar a próxima eleição. Terá um longo e difícil caminho pela frente. Um caminho que só se tornará menos duro caso a crise mundial comece a afetar mais diretamente o país. Ou que surja outro mensalão.

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