sábado, 23 de abril de 2011

País de promessas não cumpridas

     Vivemos plenamente a época dos factoides, inaugurada há pouco mais de oito anos. De um milhão de casas populares anunciadas com estardalhaço pelo governo anterior, mal foram construídas 200 mil, muitas das quais desabaram, estão desabando ou vão desabar a qualquer momento. Mesmo assim, durante a campanha do ano passado, a então candidata Dilma Roussef anunciou mais dois milhões de unidades residenciais.
     Para quem mal cumpriu, em oito anos, 20% do que foi anunciado para ficar pronto em quatro,  uma promessa a mais não faz a menor diferença. Ninguém vai lembrar, nem cobrar. Basta manter o pagamento das bolsas em dia, financiar sindicatos, federações e confederações e distribuir um bom churrasquinho para os profissionais da invasão do MST.
     Os demais exemplos estão aí, dos quais a autossuficiência em petróleo é o mais gritante. Vendida à população como um grande feito, a redenção do Brasil, em nada mudou o dia-a-dia do brasileiro que vai aos postos. A gasolina, que, afinal, seria toda verde-e-amarela, sobe de preço a cada tiro disparado no Oriente Médio. O álcool, apresentado como a grande contribuição brasileira aos esforços pela melhoria da qualidade do ar que respiramos, virou um pesadelo. O diesel continua como antes: importado e subsidiado.
     Sendo assim, nada mais fácil do que uma promessinha a mais, como a feita ontem, de treinar e formar 3,5 milhões de trabalhadores, para suprir nossas carências de mão-de-obra qualificada. O resultado já foi alcançado: manchete nos jornais.

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