As recentes reportagens abordando os resultados das investigações sobre o lamentável episódio que ficou conhecido como 'mensalão' mostram que será muito difícil empurrar esse lixo para debaixo de um tapete qualquer do Alvorada. Semana passada, coube à revista Época exibir parte do relatório da Polícia federal que elimina qualquer dúvida que porventura ainda existisse sobre quem roubou, quando, como, onde e por quê.
Hoje, a Folha de São Paulo aprofunda a questão e revela novos detalhes do esquema montado para comprar apoios e financiar campanhas de petistas e afins.
O escândalo - o maior de todos os tempos, pelo volume de dinheiro e importância dos atores - envolve literalmente a cúpula do PT e resvala claramente pelo gabinete do ex-presidente da República, beneficiado, na melhor das hipóteses, pelo pagamento de dívidas de sua campanha, com dinheiro oriundo do Banco do Brasil.
Não há por onde fugir. O esforço pela reabilitação de personagens de prestígio no partido governista sofreu um golpe que parece fatal. As reações absolutamente tímidas mostram que não há como responder aos fatos descritos nos relatórios da Polícia Federal. Não se trata, apenas, de rebater um discurso ou outro no Congresso, quando pode prevalecer a capacidade histriônica de senadores e deputados.
Os dados que estão surgindo agora são resultado de um longo (quase seis anos) trabalho de investigação, feito por agentes capacitados, de uma polícia que é subordinada ao Ministério da Justiça, há oito anos e três meses ocupado por petistas de carteirinha.
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