quarta-feira, 20 de abril de 2011

O que a gente vê na tevê

     Abaixo, três notinhas sobre temas televisivos, extraídas dos momentos passados recentemente em frente à telinha. Vamos a eles:
     1 - Se eu fosse - digamos - um  site de avaliações especializado em séries televisivas, diria que Covert Affairs (AXN, terças, às 21 horas) ainda está sob observação. Numa escala de 0 a 5, hoje, ficaria com 1,5, por aí. Até que a atriz principal,  Piper Perabo, que representa uma jovem agente da CIA, não é das piores, apesar de abusar de caras e bocas. Mas é difícil engolir que ela, com seus 50 quilos de pele e osso, enfrente alguns trodloditas de 120 quilos usando, apenas as mãos. Tudo bem, é cinema, diversão. Mas existe um limite entre a fantasia e o ridículo.
     2 - O SporTV completou ontem dois dias de luto, lamentações e dor pelo pênalti perdido por Ronaldinho Gaúcho, domingo, no último minuto da partida em que o Flamengo empatou (1 a 1) com o Macaé. O fato de a penalidade não ter existido (assim como a marcada a favor do Vasco, na partida com o Olaria) foi convenientemente colocado para escanteio. Eram visíveis o sofrimento, as tentativas de desculpar o atleta (desnecessárias, que fique claro), os elogios à sua determinação em campo, à sua entrega. E, ilustrando a exibição explícita de corações partidos, a repetição, à exaustão, do gol que garantiu o título da Taça Guanabara. Tudo isso temperado, como de hábito, com incontáveis "taria", "teve" e "tiveram".
     3 - Sempre que escuto o comentarista de arbitragem José Roberto Wright, da Globo, contestar a marcação - ou a não marcação - de um pênalti (como no último jogo entre o Vasco e o Olaria), sou irremediavelmente atirado em uma máquina do tempo que me leva à decisão do campeonato carioca de 1985, entre Bangu e Fluminense, vencido pelo tricolor, graças a um dos maiores erros da história do futebol: no último minuto do jogo, o atacante Cláudio Adão, do Bangu, dribla o zagueiro Vica entra na área e, quando se preparava para chutar, é derrubado. Pênalti claro, transparente, inquestionável. O juiz chega a apitar mas, inexplicavelmente, após alguns segundos de perplexidade, termina o jogo. Flu tricampeão. Quem era o tal árbitro? Ele mesmo, José Roberto, representante de uma família de ilustres tricolores.

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