terça-feira, 5 de abril de 2011

Um escudo deletério

     Imunidade. Não por acaso, essa palavra - que é esgrimida a todo o momento - rima com impunidade. Num momento, é o deputado falastrão ou o senador flagrado em alguma atitude não muito republicana. No outro, é o juiz bêbado que atropela e mata. Quase sempre são os políticos em geral, corporativistas sempre dispostos a encontrar brechas legais para encobrir os malfeitos de seus pares.
     Um instrumento que deveria servir à consolidação da democracia - justamente por ampliar a independência de dois poderes fundamentais, Judiciário e Legislativo - vem servindo, cada vez mais, como escudo para ações deletérias, ampliando a sensação de desigualdade e a falta de confiança em dois dos referenciais de qualquer nação que se pretende digna.
     Desacreditados, Judiciário e Legislativo não têm como se impor e frear as eventuais ações imperiais do Executivo. A contrário. Pelo descrédito que acumulam, alimentam a irresponsabilidade dos administradores de projetos pessoais e partidários.

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