quinta-feira, 31 de março de 2011

O meio ambiente paga a conta

     O presidente americano, Barack Obama, em discurso ontem nos EUA, ao anunciar novos investimentos na extração de petróleo (contrariando plataforma eleitoral, que apregoava mais recursos para a produção de combustíveis alternativos, é bom se destacar), cometeu o que poderíamos classificar de enorme erro de informação, ao afirmar que, "hoje", 80% da frota brasileira de automóveis movem-se a álcool.
     Acertaria se dissesse que uma enorme fatia da frota brasileira 'pode' se movimentar exclusivamente com esse combustível. Mas não é isso o que vem acontecendo. O absurdo descompasso entre produção e demanda de álcool jogou os preços desse último muito para cima, reduzindo drasticamente sua utilização, por economicamente inviável.
     Hoje, o que acontece nas bombas, é a opção pura e simples pela gasolina, em função do mais elementar cálculo de custo-benefício, capaz de afogar em galões de cifrões os mais sinceros desejos de contribuir com a natureza.
     As justificativas são as mesmas de sempre: quebra de safra, chuva demais, chuva de menos, muito sol, pouco sol. Na verdade, o que move a indústria da cana é o preço final dos produtos que saem das usinas. E produzir açúcar, nesse momento, é bem mais lucrativo do que investir no álcool.
     Uma das soluções inventivas para a escassez de álcool, até mesmo para suprir a necessidade de atender à obrigatória mistura à gasolina, é a adição de mais ... água. Pelo que se depreende, o Brasil não aprendeu tudo o que devia com o fracasso do Pró-Álcool, causado justamente por uma combinação de preços relativamente baixos do petróleo (o que não ocorre agora) e valorização do açúcar no mercado internacional.
     Pelo menos os veículos atuais, equipados com motores flexíveis, podem usar os dois combustíveis, indiscriminadamente, o que não acontecia há 30 anos. Infelizmente, a conta maior será paga pelo meio ambiente.

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