segunda-feira, 25 de abril de 2011

A Copa do desperdício

     Certamente é uma posição antipática, que vai de encontro à da maioria. Mas, enfim, é a minha: a realização da Copa do Mundo no Brasil é um dos maiores absurdos dos últimos tempos.
     Além de o país não estar preparado para receber uma competição de dimensões continentais, o custo para equipar sedes e subsedes já se apresenta estratosférico. Não falo das obras de inferaestrutura - aeroportos, estradas, saneamento -, mas dos projetos megalomaníacos que envolvem a construção e reforma de estádios.
     Só o 'novo' Maracanã vai custar - a preços de hoje - a bagatela de R$ 1,1 bilhão. É isso mesmo: mais de um bilhão de reais. Já imaginaram o que poderia ser feito com esse dinheiro, especialmente numa cidade caótica como o Rio de Janeiro, com problemas inaceitáveis, como legiões de subfavelados, esgoto a céu aberto, trânsito infernal, um sistema de metrô ridículo e despoliciada?
     O argumento de que a competição vai necessariamente promover melhorias nas cidades é medíocre. Tudo o que está sendo feito agora, a 'toque de caixa'- que ainda é pouco - já deveria ter sido providenciado há muito tempo, em respeito à população, que paga impostos e - infelizmente - não exige, como deveria, a contrapartida.
     A tal da PPP (Parceria Público-Privada)? A prevalecer o modelo proposto para o trem de alta velocidade entre o Rio e São Paulo, nós vamos financiar quase tudo, através de tentáculos do governo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário