quarta-feira, 27 de abril de 2011

Casas de tolerantes

     Está cada vez mais difícil respeitar nossos políticos. À mediocridade da maioria, somam-se, grosseiramente, a falta de decoro, a desfaçatez e a incontinência verbal. A indicação do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) para a Comissão de Ética do Senado, por exemplo, é mais uma prova da enorme ausência de compromissos com a sociedade, de tolerância com o comportamento inadequado.
     Não há como justificar a indicação de um senador envolvido em tantos processos por falta de decoro para uma função que exige, em tese, um comportamento correto, probo. É verdade que ele conseguiu se sair bem de todas as cinco ações. Mas só o fato de elas terem existido e provocado tantas reações seria suficiente para barrar sua aprovação, assim como a de outro senador do PMDB, o sr. Romero Jucá, líder do Governo e um dos recordistas em processos.
     Há pouco tempo, tivemos a eleição do deputado federal e mensaleiro João Paulo Cunha (PT-SP) para a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, outro exemplo do desprezo do Congresso pela opinião pública. Mais recentemente, o ex-deputado do PT, José Genuíno, outro envolvido no mensalão e punido com a não reeleição em São Paulo, ganhou um cargo de consolação no Ministério da Defesa.
     O pior: esses são apenas alguns exemplos de descaso, de irresponsabilidade. Não podemos esquecer, jamais, que o ex-ministro da Fazenda, Antônio Palocci, responsável pela quebra de sigilo bancário de um simples caseiro - que o acusara de se encontrar com lobistas em uma casa 'suspeita' de Brasília -, é, hoje, um dos nomes mais fortes do Governo.

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