terça-feira, 6 de setembro de 2011

Um basta na estupidez

     O Globo nos conta que o presidente da Young Flu, torcida organizada, foi proibido de entrar no clube e de comparecer a jogos do Fluminense, por três anos, além de outras penalidades menores.     
     É pouco. A violência das ditas torcidas organizadas é um dos maiores problemas do nosso futebol, embora não seja uma exclusividade brasileira, é bom destacar. No caso específico do torcedor tricolor, a Justiça levou em conta atitudes como a perseguição ao atacante Fred, recentemente, além de invasões de campo e discussões com outros atletas.
     Se alguém invade a minha casa e tenta me agredir, certamente irá parar na cadeia, simplesmente. São crimes, assim como é crime agredir atletas, e dirigentes, mesmo sob a 'desculpa' da motivação emocional, da paixão. Já nem falo nas agressões e mortes causadas por embates entre torcedores, atitudes animalescas que resvalam na mais pura estupidez.
     Infelizmente, alguns dos grandes responsáveis por essa distorção - a valorização exagerada dessas agremiações de torcedores - são os dirigentes, ávidos por apoio nas suas investidas eleitorais.
     Paralelamente, a exarcebação da paixão, nas últimas duas ou três décadas, deve ser debitada, também, na conta dos meios de comunicação, que estimularam ódios, ao investirem na rivalidade entre os clubes. Foi assim no Rio, especialmente entre os torcedores de Vasco e Flamengo. Foi assim em São Paulo, em relação às torcidas do Coríntians e do Palmeiras.
     Num dado momento, uma até certo ponto saudável rivalidade se transformou em embate entre inimigos mortais. Já havia mais uma brincadeira amigável, mas um agressivo e desrespeitoso deboche, provocações, convocações para lutas. Um processo que chegou a contaminar até mesmo uma geração de atletas, levados a esquecer de que eram companheiros de profissão.
     O resultado desse conjunto de fatores pode ser visto hoje. Torcedores quebram ônibus, agidem atletas, matam-se uns aos outros. O Estatuto do Torcedor, se aplicado com rigor, pode, ao menos, enquadrar os líderes dessas atitudes criminosas.

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