domingo, 4 de setembro de 2011

Para entender o Brasil

"O Aeroporto Serra da Capivara deveria ter um custo total de R$ 20 milhões, mas a obra já consumiu R$ 25 milhões e vai precisar de mais R$ 8 milhões para ser concluída - e não se sabe quando. A empreiteira Sucesso, que deverá tocar a obra até o fim, informou que não sabe quando recomeçará a trabalhar na construção do terminal. Por enquanto, mantém lá apenas um funcionário, que faz a vigilância da área. A Sucesso pertence ao senador João Claudino (PTB-PI)."
     A notícia acima - publicada pelo Estadão de hoje - deveria ser elevada à condição de referência para (quem sabe?) tentar explicar às novas gerações (e às velhas, também) o Brasil dos mensalões, dos desvios, das nomeações companheiras, da farra com o dinheiro público. É uma síntese do abismo em que a dignidade foi atirada, sem contemplação.
     Esse tal aeroporto não é, certamente, a obra mais cara. Perto do orçamento bilionário do DNIT, por exemplo, é um simples troco. Mas é emblemática, pela simplicidade. Algo que deveria custar R$ 20 milhões, já consumiu R$ 25 milhões e ainda vai precisar de mais uns R$ 8 milhões, na melhor das hipóteses, para que possa funcionar. Por enquanto, passados quase nove anos da liberação da primeira parcela, o lugar é um mero canteiro de obras abandonado, com um - é isso mesmo, um - funcionário.
     Assim como em diversos outros empreendimentos oficiais, por trás de tudo está um político, no caso o dono da 'empreiteira' que deveria estar trabalhando, senador do PMDB, o partido mais amigo de qualquer governo e que foi alçado à categoria de aliado incondicional pelo PT.
     Mas não há verbas para a saúde e educação.

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