quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O sumiço do Governador

     Alguém já ouviu a opinião do governador Sérgio Cabral sobre a crise na Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro? Creio que não. Seria uma surpresa. Nosso governador, seguindo a estratégia do ex e da atual presidentes, desaparece quando as notícias não são favoráveis. Deixa a incumbência - e inevitável desgaste - de explicar o inexplicável para seus subalternos no Governo.
     Nas enchentes do início do ano, mal foi visto nos primeiros dias. No recorrentes descasos da área de saúde (o jovem que perambulou por seis hospitais antes de ser atendido morreu hoje), silêncio e umas duas demissões.
     Na atual e gravíssima crise na Polícia Militar, deixou a bomba estourar nas mãos do secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, e do comando da PM. Passa ao largo das perguntas indiscretas, dos apertões contra o muro, da obrigação de dar satisfações à população que o reelegeu.
     É como se ele não tivesse a menor responsabilidade pelo que está acontecendo. Só aparece nas ocasiões propícias, inaugurações de UPPs, ocupação de áreas dominadas pela bandidagem.
     Recentemente, quando já não podia mais escapar de enfrentar o desleixo com os bondes de Santa Teresa, saiu-se com uma pérola: destacou que, como os governos anteriores, não deu solução ao problema da manutenção. Como se ele estivesse no poder há dois meses, e não no segundo mandato.

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