segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Socos e pontapés

     Nada contra o lutador Anderson Silva, campeão dos médios do tal do UFC - longe disso! Ele, que acaba de ser contratado pelo Coríntians, me pareceu muito educado e ponderado, nas raras vezes em que vi - por absoluto acaso - algumas de suas entrevistas. Também não tenho restrições pessoais a qualquer combatente. Todos fazem o que sabem, da melhor maneira possível, e, assim, ganham a vida, honestamente.
     Minhas ponderações - feitas e refeitas nesse espaço - se referem, unicamente, à absurda glorificação da violência desmedida, do - parodiando Chico Buarque - revés do esporte. E o UFC - acho que não se discute isso - vem sendo tratado como atividade esportiva por nossos jornais e tevês.
     Caros. Não consigo ver um mínimo de esportividade num embate praticamente sem regras, no qual dois homens entram num ringue pensando apenas em destroçar um ao outro. Quanto mais violento e sangrento, melhor é o espetáculo, a julgar pelas comemorações e considerações.
     Vendo, constrangido, essa exaltação da barbárie, sou obrigado a constatar que evoluímos muito pouco nos últimos 20 séculos. Ainda somos os mesmos que vibravam quando leões arrancavam as vísceras de gladiadores. Hoje, comemoramos pontapés bem dados na cara do adversário e socos no fígado e no baço como se fossem expressões artísticas.
     Depois, vamos para as ruas pedir paz e justiça quando um bandido qualquer mata um de nossos conhecidos.
     Paz?

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