sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Brado de independência

     A presidente Dilma Roussef - por improvável empolgação de momento, ou por um insuspeito, mas provável maquiavelismo - pode ter dado, ontem, o seu brado de independência em relação ao antecessor, sombra constante e ameaça real ao seu segundo mandato. O seu "Viva o PMDB", algo jamais imaginado na voz de um líder do PT, levou às nuvens os caciques de sempre, liderados pelo onipresente José Sarney.
     E o PMDB respondeu à altura, soterrando as amarguras provocadas pela demissão em série de ministros da sigla (substituídos imediatamente por correligionários, é claro) e pelas sequelas da associação do partido a 'malfeitos'.
     O "partido mais brasileiro", segundo os discursos ufanistas que envolveram a presença da presidente no Fórum realizado em Brasília, mostrou que está com Dilma e não abre. Para o que der e vier. Talvez, até, para um eventual enfrentamento com o os setores do PT que trabalham para a candidatura de Lula em 2014.
     A presidente, ao prestigiar o encontro do PMDB e, em especial, o grupo de José Sarney, consolida a base necessária à sua governança - que já deveria ter começado. Paralelamente, ao afagar o PSDB do governador Geraldo Alckmin, a quem chamou de "parceiro excepcional", no início da semana, Dilma Roussef mostra que está decidida a ampliar o leque de conversas, mesmo desagradando - como desagradou - o seu partido de adoção (não podemos esquecer que ela se formou politicamente no antigo PDT, de Leonal Brizola).
    E nunca é tarde para lembrar as renovadas demonstrações de apreço ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, tratado com deferência pela atual presidente, para desespero dos que demonizaram o antecessor de Lula.
   

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