quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Isonomia, já!

     Não estou, certamente, entre os fãs do casal Garotinho. Jamais votei no marido ou na mulher - ex-governadores do Rio de Janeiro. Acredito que ambos tenham cometido diversos deslizes políticos, mas não posso levar a sério a decisão judicial que cassa tanto Rosinha (prefeita de Campos), quanto Anthony (deputado federal), ambos do tal PR, por "abuso do poder econômico", pelo uso indevido de um veículo de comunicação para promover a candidatura à prefeitura.
     O ex-presidente Lula fez muito mais do que isso durante toda a campanha que redundou na eleição da presidente Dilma Roussef. Usou e abusou, sem limites nem vergonha, do posto que ocupava para fazer a mais abusiva divulgação da sua candidata. Desafiou a Justiça, debochou de promotores e inundou a televisão, rádios e jornais com publicidade que tinha apenas um objetivo: eleger sua sucessora.
     É difícil imaginar maior abuso do poder do que o presenciado na eleição passada, independentemente do inegável prestígio do ex-presidente especialmente entre as camadas mais baixas da população. Talvez apenas o apoio formal - um direito de qualquer pessoa - fosse suficiente para garantir a eleição. Mas Lula e seus companheiros não quiseram arriscar. E desafiaram escandalosamente o país, sem que fossem punidos seriamente.
     Em uma democracia, o mínimo que se pode exigir é - digamos - isonomia, o preceito constitucional que significa que todos são iguais perante a ordem jurídica e, por conseguinte, perante o Estado.
     Não defendo Rosinha nem Garotinho, que fique bem claro. Deixo a defesa deles para o pessoal dos partidos que, na época, fizeram acordos para ocupação de cargos. Quero, apenas, que os dois tenham o mesmo tratamento dispensado ao ex e à atual presidente. Ou, para ser mais exato: que Dilma e Lula tenham tratamento idêntico ao dispensado ao casal de Campos.

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