quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O governo que não começou

     Ficamos sabendo, pelas manchetes de hoje, que o novo ministro do Turismo, o deputado federal Gastão Vieira, do PMDB do Maranhão, é ligado ao ex-presidente da República e presidente do Senado, José Sarney, eleito pelo Amapá. Assim como ele, os demais ocupantes de ministérios estão nos cargos porque são ligados a alguém e/ou a algum grupo, não necessariamente um partido político.
     Ou estão nas funções apenas porque perderam as últimas eleições das quais participaram, como é o caso dos petistas Ideli Salvatti (Relações Institucionais, seja lá isso o que for) e Aloísio Mercadante (Ciência e Tecnologia). Os ministérios, no caso, são uma espécie de prêmio de consolação, um meio de manter a fidelidade e, ao mesmo tempo, pagar por ela. Ou alguém acredita que Mercadante seja um cientista enrustido?
    Nessa República do 'toma lá dá cá' - negado pela presidente Dilma Roussef na já famosa entrevista do Fantástico, da Rede Globo, mas que todos sabem que prevalece -, não é de estranhar tantos desatinos ao longo dos últimos anos. A meritocracia é atropelada diariamente pela subserviência, pela política do conchavo. O absurdo chega a tal ponto que a presidente da República - a se acreditar nas notícias que saem do próprio Palácio - desaprovava (e ainda desaprova) diversos componentes do seu primeiro escalão.
     É verdade que ela chegou à função sem poderes reais, atrelada unicamente ao prestígio do seu antecessor. Por isso, teria sido obrigada - em tese - a engolir o que lhe Lula e seus 'aliados' enfiaram por sua goela, numa atitude que apequena o cargo que ocupa. Não interessa se ela, a presidente, está no Palácio graças ao ex-presidente. O fato é que é a presidente de fato e de direito. Portanto, já é tempo de começar a governar. Ou, então, deve admitir sua incompetência e confessar que está apenas esquentando a cadeira que a companheirada espera que seja ocupada novamente por Lula.
     O país já não suporta mais tantos escândalos.

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