Não tenho muitos motivos para concordar com o ex-governador José Serra, embora tenha votado nele na última eleição presidencial. Os erros na condução da campanha eleitoral e a falta de firmeza fizeram com que eu perdesse a paciência com ele, em definitivo. Mas tenho que admitir que ele está absolutamente certo quando critica esse ataque de oposicionite em relação à redução da taxa de juros.
Se o Banco Central aumenta, é um absurdo. Se reduz, é o fim do mundo. Onde está a coerência? Atrelada aos holofotes das tevês? Afinal, o mundo não mudou tanto no último mês, para justificar uma reviravolta nos preceitos defendidos pela oposição até agora.
Outra bobagem - e Serra está correto - é querer inferir que o Banco Central abriu mão de sua autonomia porque tomou uma decisão que foi defendida pela presidente da República. E mais: criticar a presidente por ter expressado suas convicções. Se um presidente não pode fazer considerações sobre economia, vai fazer sobre o quê?
Com essas atitudes - essas, sim, midiáticas -, a oposição exibe apenas sua incapacidade de passar uma mensagem séria ao eleitor. Deixa claro, apenas, que, não tendo discurso, tenta aproveitar eventuais brechas e sofismar.
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