sábado, 10 de setembro de 2011

O 'calvário' do PT

     Dependendo da interpretação que se dê a alguns dos argumentos do ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, na defesa que apresentou ao Supremo Tribunal Federal, no caso do Mensalão, podemos 'admitir' que ele até que tem alguma razão.     
     Em determinado trecho de suas explicações, Delúbio - está lá, no O Globo - compara seu sofrimento à condenação de Jesus Cristo. É verdade. Cristo, como sabemos, foi morto entre dois ladrões. Delúbio, de acordo com a denúncia da Procuradoria-Geral da República, está sendo julgado ao lado não de apenas dois, mas de algumas dezenas de assaltantes dos cofres públicos. E há quem garanta que ainda falta alguém na lista.
     Seguindo nesse raciocínio, a defesa do reabilitado prócer petista investe na surrada tese do prosaico Caixa 2, os tais recursos não-contabilizados, crime que - adivinhem!!! - já prescreveu. Como o papel aceita qualquer coisa, Delúbio argumenta que usou os préstimos do publicitário marcos Valério para pegar empréstimos nos bancos Rural e BMG e, com esse dinheiro, quitar débitos da campanha de 2002.
     Mais adiante, alega que só fez os pagamentos em dinheiro vivo, notas novinhas, porque não havia registro na contabilidade do partido. Acho que ele esqueceu de combinar essa versão com o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), cuja mulher foi flagrada e devidamente filmada na boca de um cofre bancário, recebendo R$ 50 mil.
     Pressionado, o ex-presidente da Câmara - é isso mesmo, ele presidia a Câmara -, saiu-se com algumas versões para o fragrante. Uma delas: a mulher estava pagando a mensalidade da tevê a cabo.
     Seguindo na mesma linha, o ex-ministro José Dirceu, apontado no processo como o chefe da quadrilha, afirma que as investigações provaram que o Mensalão não existiu. Para dar mais - digamos - 'suporte' às alegações, a defesa de José Dirceu acena com depoimentos do ex-presidente Lula e da atual presidente Dilma Roussef.
     Esse tal de Mensalão ainda vai dar causar muita dor de cabeça.

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